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O Irão ameaça não participar no sorteio da Copa do Mundo devido ao impasse com os vistos dos EUA

A participação do Irã no sorteio da Copa do Mundo desta semana em Washington está cada vez mais incerta. Vários dirigentes da federação ainda aguardam vistos de entrada nos Estados Unidos, e a mídia iraniana afirma que os atrasos podem levar o país a desistir completamente da cerimônia.

O sorteio está marcado para 5 de dezembro no Kennedy Center, em Washington, D.C. Normalmente, o evento reúne representantes de todas as nações classificadas.

A poucos dias da cerimônia, o Irã ainda não tem a confirmação de que sua delegação completa poderá comparecer. Alguns observadores esperavam que a situação já tivesse sido resolvida, o que torna o impasse atual ainda mais surpreendente.

Um antigo obstáculo volta à tona

O Irã se classificou para sua sétima Copa do Mundo ao terminar em primeiro lugar em seu grupo da AFC. Ainda assim, os preparativos da equipe voltaram a esbarrar em restrições de viagem impostas pelos Estados Unidos há vários anos. Irã e Haiti continuam entre os países afetados por políticas implementadas durante o governo Trump.

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Diversas outras nações da África e do Oriente Médio também estão sujeitas às mesmas regras.

Atletas e membros essenciais da equipe técnica geralmente recebem isenções, mas administradores e dirigentes de federação costumam enfrentar um processo mais complicado. Autoridades americanas defendem essas restrições como medidas necessárias para a segurança nacional — uma justificativa que o Irã rejeita repetidamente.

O problema já surgiu em outros eventos esportivos envolvendo participantes iranianos.

Sinais contraditórios sobre quem pode entrar

A Federação Iraniana de Futebol submeteu nove nomes para solicitação de vistos. Segundo o portal Khabar Online, o grupo foi informado de que apenas um número reduzido de vistos seria aprovado.

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Mais tarde, o Tehran Times informou que quatro dirigentes foram autorizados a viajar: o técnico Amir Ghalenoei, o diretor executivo Mehdi Kharati, o diretor de relações internacionais Omid Jamali e o porta-voz Amir Mehdi Alavi.

Os critérios para aprovações e recusas não foram divulgados. Fontes próximas ao caso afirmam que a federação acreditava que todo o grupo seria aceito, após o presidente da FIFA, Gianni Infantino, ter garantido no início do ano que todas as delegações seriam bem-vindas à cerimônia.

A recusa do visto para o presidente da federação, Mehdi Taj, tornou-se o principal ponto de tensão. Ele levou a questão diretamente à FIFA.

A ameaça de boicote ganha força

Autoridades iranianas declararam que a delegação só viajará se todos os solicitantes originais receberem seus vistos. Alavi afirmou à imprensa iraniana que a federação já comunicou essa posição à FIFA.

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Uma ausência total em um sorteio da Copa do Mundo seria altamente incomum. Dirigentes experientes do futebol internacional dizem não se lembrar de um boicote semelhante nos últimos tempos.

Países-sede se preparam para alta demanda de viagens

Os Estados Unidos sediarão a maior parte dos jogos da Copa do Mundo, incluindo a final, marcada para 19 de julho em Nova Jersey. Canadá e México serão coanfitriões. Os consulados americanos estão se preparando para um aumento expressivo nos pedidos de visto por parte dos torcedores. Centenas de funcionários adicionais foram destacados para lidar com o volume esperado.

Torcedores que já possuem ingressos terão prioridade no agendamento de entrevistas por meio de um novo sistema criado pela FIFA para acelerar o processamento de vistos.

Apesar dessas medidas, as autoridades ressaltam que os vistos continuam sujeitos a entrevistas e procedimentos de análise padrão. A situação do Irã mostra que as aprovações ainda podem ser imprevisíveis.

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Fontes: Khabar Online, Tehran Times, SPORTBIBLE

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