O sorteio da Fifa deve atrair atenção mundial a partir de Washington
Na sexta feira, o foco de torcedores e de pessoas que normalmente acompanham pouco o futebol estará voltado para Washington. É lá que a FIFA realizará o sorteio oficial da próxima Copa do Mundo, etapa decisiva que determina os confrontos da fase de grupos e que, na prática, inicia a narrativa do torneio meses antes da primeira partida.
A cerimônia acontecerá no John F. Kennedy Center, um espaço mais conhecido pelas artes cênicas do que por eventos esportivos. A escolha evidencia a intenção da FIFA de transformar o sorteio em um espetáculo internacional, com celebridades, presença política e grande cobertura televisiva.
Expectativas iniciais
A FIFA divulgou um procedimento revisado para o sorteio, adaptado ao novo formato com 48 seleções e três países anfitriões, segundo o Daily Mail. Estados Unidos, Canadá e México, classificados automaticamente, integram o pote 1 ao lado de equipes bem colocadas no ranking mundial. Um novo sistema de cabeças de chave garante que Espanha, Argentina, França e Inglaterra só possam se encontrar a partir das semifinais caso vençam seus grupos.
A regra que impede equipes de uma mesma confederação de estarem no mesmo grupo permanece, exceto na UEFA, que possui um número de participantes superior às demais regiões.
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Para o público pouco familiarizado com o processo, o sorteio funciona como uma introdução ao torneio. Ele não só define confrontos, como também orienta análises, planejamento de viagens e a construção da expectativa midiática.
Um espetáculo planejado
O ex jogador inglês Rio Ferdinand será o apresentador principal. Ele contará com a participação de ícones do esporte americano como Tom Brady, Wayne Gretzky, Aaron Judge e Shaquille O’Neal.
A FIFA idealizou o evento como um grande show. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve comparecer, de acordo com o Daily Mail, e apresentações dos Village People e do cantor Robbie Williams estão previstas.
A entidade quer evitar erros, já que sorteios anteriores ficaram marcados por confusões que repercutiram mais do que os próprios resultados.
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Um histórico de incidentes
Confusão no sorteio de 1982
Um dos episódios mais citados aconteceu na Copa do Mundo de 1982 na Espanha. O torneio havia sido expandido e exigia regras mais específicas. Segundo reportagens mencionadas pelo Daily Mail, a FIFA havia ensaiado repetidamente o processo, incluindo a regra que limitava a apenas uma seleção sul americana por grupo.
Mesmo assim, durante a transmissão ao vivo, dirigentes como o então secretário geral Sepp Blatter pareceram esquecer o protocolo. A Bélgica foi colocada por engano no grupo da Itália e a Escócia acabou no grupo da Argentina. O erro só foi identificado após a intervenção de um delegado, o que interrompeu a cerimônia. Imagens mostraram jogadores conhecidos, como Kevin Keegan e Graeme Souness, perplexos na plateia.
Problemas técnicos
Depois de corrigir o engano, surgiram falhas mecânicas. As máquinas semelhantes às de loterias espanholas travaram e uma delas chegou a abrir uma das bolas, segundo o Daily Mail. Funcionários tiveram de intervir manualmente enquanto os jovens assistentes tentavam manter a compostura.
Humor e caos em 1994
Blatter e Robin Williams
No sorteio da Copa de 1994 nos Estados Unidos, os organizadores adotaram um tom mais descontraído ao convidar o comediante Robin Williams. Arquivos de vídeo frequentemente citados mostram Williams cheio de energia, interrompendo o protocolo e levando Blatter a chamá lo à atenção repetidas vezes.
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Williams fez piadas, colocou uma luva branca, fez reverências exageradas e comentou que acabara de encontrar Blatter no banheiro, provocando risos no público.
Improvisação imprevisível
Durante a extração das bolas, Williams continuou improvisando. Brincou sobre supostos prêmios e fingiu dificuldade para identificar a última bola. Blatter explicou, então, que se tratava da Suíça, sede da FIFA. Embora lembrado com carinho, o episódio revelou o desafio de manter o controle de uma cerimônia complexa, transmitida globalmente.
A polêmica da temperatura
Debate sobre bolas frias e quentes
Em 2016, Blatter afirmou em entrevista que algumas competições europeias teriam usado bolas aquecidas ou resfriadas para manipular sorteios. Ele disse ter presenciado esse tipo de prática, mas garantiu que nunca ocorreu em sorteios da FIFA. A UEFA negou imediatamente.
Às vésperas do sorteio da Copa de 2018, as declarações voltaram à tona. Segundo o Daily Mail, reacenderam a discussão sobre a transparência do processo.
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Resposta da FIFA
Chris Unger, então diretor de competições da FIFA, rejeitou as acusações. Ele afirmou que todas as bolas tinham aparência e textura idênticas, exceto algumas vermelhas usadas para finalidades específicas, e destacou que o sorteio era inteiramente aleatório.
Por que este sorteio tem importância especial
O evento em Washington ocorre em um momento em que a Copa do Mundo cresce, tensões políticas influenciam competições globais e o público exige maior clareza nos procedimentos. Para quem acompanha pouco o futebol, o sorteio funciona como uma introdução acessível a um torneio que conecta países, culturas e narrativas diversas.
Um pequeno erro pode trazer à tona lembranças de incidentes antigos. No entanto, se a cerimônia correr sem problemas, poderá ser vista como um sinal de que a FIFA busca superar capítulos turbulentos de seu passado.
Para Inglaterra, Escócia e muitas outras seleções, a sexta feira marcará o início de sua trajetória na Copa.
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Fonte, Daily Mail
