Rumores no paddock sénior: a Ferrari já teria tomado a sua decisão sobre Hamilton
Quando Hamilton anunciou, em fevereiro de 2024, que deixaria a Mercedes para se juntar à Ferrari, o movimento foi considerado uma das transferências de pilotos mais dramáticas da história do esporte. Para a Ferrari, contratar o piloto mais bem-sucedido da Fórmula 1 foi uma declaração de intenções — uma afirmação clara de que a equipe pretendia voltar a brigar pelo título.
Mas a realidade tem sido muito menos romântica. Apesar de alguns momentos de velocidade — incluindo uma boa performance no México que foi interrompida por uma penalidade de dez segundos por exceder os limites da pista —, Hamilton ainda não subiu ao pódio em nenhum Grande Prêmio nesta temporada, segundo dados da FIA.
Sua única vitória veio na corrida Sprint do Grande Prêmio da China — um breve lembrete de sua genialidade em um ano que, de resto, tem sido marcado pela frustração. O SF-25 da Ferrari muitas vezes careceu da consistência e do ritmo de corrida necessários para desafiar os líderes, deixando Hamilton frequentemente lutando fora do top 3, muito mais do que ele esperava.
Para um piloto que passou mais de uma década na Mercedes disputando títulos, tem sido uma adaptação difícil — e o retorno de conto de fadas que ele havia imaginado ainda não se concretizou.
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Uma estrela em ascensão rouba a cena
Enquanto Hamilton segue em busca de ritmo, outro piloto vinculado à Ferrari surgiu como possível sucessor. No Grande Prêmio do México, o estreante da Haas, Oliver Bearman, de 20 anos, protagonizou uma das corridas mais impressionantes da temporada, terminando em quarto lugar e igualando o melhor resultado da história da equipe na Fórmula 1.
Ao sair do carro e ver seu pai e namorada se abraçando nos boxes, a emoção no rosto de Bearman dizia tudo. “É muito especial”, disse ele à emissora holandesa ViaPlay, segurando as lágrimas. “Você não precisava me mostrar ela! Agora estou emocionado.”
Um erro inicial entre os líderes colocou Bearman brevemente na disputa pelo pódio. Embora a estratégia alternativa de Verstappen o tenha relegado ao quarto lugar, o ritmo e a compostura de Bearman impressionaram a todos no paddock — especialmente a Ferrari, da qual ele faz parte da academia de jovens pilotos.
O mais impressionante na atuação de Bearman no México é que o jovem britânico teve que ceder seu assento no TL1 por conta do regulamento da Fórmula 1 que exige que cada carro seja conduzido por um novato em ao menos duas sessões ao longo da temporada. Esta é sua primeira temporada completa, mas ele já havia participado de três Grandes Prêmios no ano anterior (substituindo Carlos Sainz na Ferrari e Kevin Magnussen na Haas), o que significa que ele não é mais considerado um novato.
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O chefe de equipe da Ferrari, Frédéric Vasseur, elogiou o desempenho do piloto: “Em certo momento, pensei em um pódio para ele. Ele não cometeu um único erro e fez tudo certo.”
Foi um lembrete de que, apesar do presente turbulento da Ferrari, o futuro pode ser promissor. A estreia de Bearman pela equipe em 2024 como substituto de Sainz já havia revelado seu potencial — mas o México confirmou. Como Vasseur observou mais tarde: “Está valendo a pena.”
Rachaduras em Maranello
Nos bastidores, entretanto, a Ferrari enfrenta uma pressão crescente. A equipe caminha para sua terceira temporada consecutiva sem vitórias — uma realidade chocante para o construtor mais icônico do esporte.
O presidente John Elkann deu recentemente uma declaração pública de apoio a Vasseur, o responsável pela contratação de Hamilton, mas as especulações sobre os rumos da Ferrari não cessaram. Relatos que ligam a equipe ao ex-chefe da Red Bull, Christian Horner — os quais a ESPN afirma serem infundados — refletem a crescente impaciência em torno da liderança de Maranello.
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A incerteza também chegou ao outro grande nome da Ferrari, Charles Leclerc. A imprensa italiana sugeriu que Leclerc e seu empresário, Nicolas Todt, poderiam considerar outras opções após o fim de seu contrato em 2026, dependendo de quão competitiva a equipe se tornar com os novos regulamentos.
Perder Leclerc — o talento da casa apelidado de Il Predestinato (“O Predestinado”) — seria um golpe simbólico e reputacional. Isso também forçaria a Ferrari a reconstruir sua formação de pilotos e sua identidade como equipe.
Rumores no paddock sobre o futuro de Hamilton
Em meio a toda essa turbulência, a grande questão gira em torno do próprio Hamilton. Segundo fontes do paddock citadas pela ESPN, é improvável que a Ferrari estenda seu contrato além de 2026.
O britânico tem uma opção para permanecer até 2027, mas fontes internas indicam que falhas de comunicação e frustrações com a direção técnica têm prejudicado a relação. Os comentários técnicos de Hamilton aparentemente não se traduziram nos avanços esperados, e sua relação com o engenheiro de corrida estaria sob escrutínio.
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Fontes sugerem que ambas as partes poderiam optar por encerrar a parceria após a próxima temporada — uma decisão que marcaria o fim de uma das associações mais ambiciosas entre piloto e equipe na Fórmula 1. Tal movimento também poderia abrir caminho para Bearman, cuja rápida ascensão já está sendo observada atentamente dentro da Ferrari.
Se os rumores se confirmarem, seria um caso raro da Ferrari seguindo em frente sem um piloto do calibre de Hamilton — mas, na Fórmula 1, sentimentos contam pouco quando os resultados não acompanham as expectativas.
Uma equipe entre duas eras
O fim de semana da Ferrari no México teve um valor simbólico: Hamilton lutando para extrair desempenho do carro que deveria reviver suas esperanças de título, enquanto um novato destemido mostrava o que pode vir pela frente.
Para a gestão da Ferrari, esse contraste expõe um dilema maior — como honrar o contrato de uma lenda enquanto se prepara para a nova geração. Bearman, Antonelli e outros talentos em ascensão estão oferecendo à Scuderia uma nova esperança de que o futuro possa voltar a ser vermelho.
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Por enquanto, Hamilton continua sendo o rosto do presente da Ferrari — e o homem que se espera liderar a equipe na nova era da Fórmula 1 em 2026. Se ele continuará além disso, ainda é incerto.
Esperança ou adeus?
Hamilton afirmou repetidamente que 2026 — quando entram em vigor os novos regulamentos técnicos da Fórmula 1 — sempre foi o ano em que ele esperava voltar a ser competitivo. Se a Ferrari entregar um pacote mais forte, a redenção ainda é possível.
Mas se as dificuldades continuarem, esse capítulo pode terminar mais cedo do que qualquer um esperava. De qualquer forma, o México ofereceu um retrato do momento decisivo da Ferrari: um ícone tentando reacender sua chama — e um jovem destemido mostrando aos tifosi como poderá ser a próxima era.
Fontes: ESPN, Reuters, BBC, FIA, ViaPlay

 
			 
							 
							