Tensões aumentam antes da Copa do Mundo, Irã boicota o sorteio devido a restrições de visto nos Estados Unidos

Dezembro 1, 2025 Aksel Kryhlmand

Um evento mundial diante de linhas políticas delicadas

A Copa do Mundo da FIFA é um dos eventos esportivos mais assistidos do planeta, realizada a cada quatro anos e acompanhada por bilhões de pessoas. Além disso, centenas de milhares de torcedores costumam viajar para apoiar suas seleções. A próxima edição, organizada conjuntamente pelos Estados Unidos, Canadá e México, já é considerada uma das mais complexas em termos logísticos, tanto pela sua dimensão quanto pelo papel central das políticas de entrada no território norte americano.

É nesse contexto que surgiu uma controvérsia diplomática antes do sorteio, a cerimônia em que as seleções descobrem seus adversários e as cidades onde jogarão. Segundo relatou o LADbible, o Irã confirmou que boicotaria o evento depois que vários delegados tiveram seus vistos negados. O porta voz da federação iraniana, Amir Mahdi Alavi, afirmou que os obstáculos pareciam ir além dos procedimentos esportivos habituais e refletiam tensões políticas mais amplas.

Conflitos antigos voltam ao centro das atenções

As relações entre Irã e Estados Unidos têm sido tensas por décadas, marcadas por divergências sobre o programa nuclear iraniano, segurança regional e sanções econômicas. Esses conflitos já haviam surgido na cobertura esportiva quando o então presidente Donald Trump mencionou o Irã ao falar sobre possíveis ações militares durante um evento na Casa Branca com o clube italiano Juventus. Sua administração posteriormente impôs novas sanções, citando preocupações com terrorismo e com o tratamento dos seus cidadãos pelo governo iraniano.

Embora Trump não esteja mais no poder, algumas restrições de viagem implementadas durante sua presidência continuam integradas à política migratória dos Estados Unidos. Essas regras dificultam a entrada de cidadãos de vários países, incluindo o Irã, o que impacta diretamente delegações oficiais que precisam viajar para compromissos ligados à Copa do Mundo.

Regras de entrada provocam incerteza entre torcedores

O LADbible também informou que, embora o governo dos Estados Unidos ofereça exceções especiais para atletas, treinadores e pessoal essencial envolvido em competições internacionais, essas isenções não necessariamente se aplicam aos torcedores. Isso gera incerteza entre fãs do Irã e do Haiti, duas seleções já classificadas e cujos países aparecem em listas de restrições migratórias dos EUA.

Para entender melhor o impacto, vale lembrar que o clima de uma Copa do Mundo depende fortemente da presença de torcedores de diversos países. Os anfitriões normalmente trabalham durante anos com as autoridades migratórias para garantir procedimentos de entrada eficientes. Qualquer dúvida sobre a permissão de entrada de determinados grupos pode afetar o planejamento de viagens, a venda de ingressos e a atmosfera geral do torneio.

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, afirmou anteriormente que a América acolherá o mundo e que todos que desejarem aproveitar o evento poderão fazê-lo. No entanto, a negativa de vistos à delegação iraniana gerou dúvidas sobre como essa promessa será aplicada na prática.

Sinais contraditórios às vésperas de um dos maiores eventos esportivos

O vice presidente da FIFA, Victor Montagliani, declarou que os três países anfitriões garantiram a entrada de todas as seleções classificadas. Mesmo assim, o episódio envolvendo a delegação iraniana deixou várias federações apreensivas. As preocupações vão além do aspecto esportivo e incluem questões como segurança, possíveis protestos políticos e regulamentações locais nos Estados Unidos. Todos esses fatores podem influenciar a experiência de equipes e torcedores durante o torneio.

Segundo o LADbible, a Casa Branca foi procurada para comentar o episódio.