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Bradley brilha enquanto Anfield se volta contra Alexander-Arnold

O rugido de Anfield voltou com força total quando o Liverpool fez sua melhor atuação da temporada, derrotando o Real Madrid em um jogo da Liga dos Campeões repleto de emoção e simbolismo.

No centro de tudo estava Conor Bradley, e, nas sombras, seu antecessor Trent Alexander-Arnold.

O norte-irlandês, considerado há tempos o sucessor natural de Alexander-Arnold, aproveitou sua chance com uma performance que simbolizou o espírito do Liverpool.

Enquanto isso, o antigo ídolo local, agora vestido de branco pelo Real Madrid, enfrentou a ira implacável da torcida que um dia o idolatrava.

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Retorno hostil

Desde que o mural de Alexander-Arnold próximo a Anfield foi pichado com as palavras “Adios El Rata”, ficou claro que esse não seria um retorno comum. As vaias e zombarias o seguiram durante o aquecimento, quando seu nome foi anunciado e novamente quando entrou em campo aos 81 minutos.

Bradley, por outro lado, representou tudo o que os torcedores queriam celebrar.

Seu trabalho incansável neutralizou Vinicius Jr., e cada desarme ou passe era recebido com aplausos ensurdecedores.

A cada toque na bola, lembrava à torcida que o Liverpool não encontrou apenas um substituto, mas um novo padrão na lateral direita.

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O técnico Arne Slot elogiou o jogador após a partida. “Conor Bradley foi excepcional”, disse. “Enfrentar Vinicius tantas vezes no um contra um não é para qualquer um, mas ele foi incrível.”

A grande noite de Bradley

O jogador de 22 anos dominou o lado esquerdo do Real Madrid, forçando Vinicius a uma atuação discreta e inspirando companheiros e torcedores.

O contraste ficou evidente quando Alexander-Arnold teve uma breve participação, encerrada com um cruzamento errado que gerou vaias irônicas do Kop.

Nas arquibancadas, o ex-capitão Steven Gerrard, símbolo de lealdade ao clube, assistia enquanto os torcedores cantavam sobre fidelidade e compromisso.

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Para Alexander-Arnold, o carinho de outros tempos desapareceu por completo.

O novo ímpeto do Liverpool, depois de seis derrotas em sete jogos, reacendeu as esperanças na competição europeia.

Um gol de cabeça de Alexis Mac Allister selou a vitória merecida, devolvendo confiança ao time e à torcida.

A satisfação de Slot

Slot falou abertamente sobre a recuperação da equipe. “É muito melhor vencer do que perder quando se é treinador”, afirmou. “Procurei ser o mesmo, mesmo quando as coisas iam mal, mas expliquei a eles o que realmente estava acontecendo, em vez de ouvir todo o barulho em volta.”

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Suas palavras refletiram a mudança de mentalidade. Dominik Szoboszlai e Mac Allister controlaram o meio-campo, Florian Wirtz deu um toque de classe e Hugo Ekitike pressionou constantemente a defesa do Real.

Na zaga, o Liverpool mostrou solidez, com Virgil van Dijk comandando com autoridade.

A resistência do Real veio apenas de Thibaut Courtois, cujas defesas espetaculares evitaram um placar mais elástico.

Suas atuações lembraram a final de 2022, embora desta vez nem ele tenha conseguido impedir o triunfo do Liverpool.

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As estrelas apagadas do Real

Enquanto Bradley brilhava, as estrelas do Real Madrid decepcionavam. Kylian Mbappé teve uma de suas piores noites recentes, e Vinicius Jr. foi completamente dominado.

Jude Bellingham, que buscava impressionar antes da convocação da seleção inglesa, teve atuação apagada e cometeu a falta que originou o gol decisivo.

Após o jogo, Bellingham saiu em defesa do companheiro: “As vaias dos torcedores não refletem o que eles realmente sentem por ele. Acho que foi uma forma de dar força ao time e tentar desconcentrá-lo um pouco.”

Mas, para Alexander-Arnold, a mensagem de Anfield foi clara. O jogador que deixou o clube já não é mais um herói, e, ao sair de campo, viu Bradley ocupar o lugar que um dia foi seu: admirado, imbatível e no centro do futuro do Liverpool.

Fontes: BBC, Reuters, AP