Thierry Henry revela o único defesa inglês que conseguia pará-lo de forma justa
Poucos atacantes definiram o futebol inglês como Henry. Durante duas passagens inesquecíveis pelo Arsenal, o francês marcou 175 gols na Premier League e se tornou o rosto da era dourada de Arsène Wenger.
Sua combinação de elegância, velocidade e finalização implacável o colocou ao lado de Cristiano Ronaldo como um dos maiores jogadores que já atuaram na liga.
Ao longo dos anos, Henry enfrentou alguns dos defensores mais difíceis do futebol — de Rio Ferdinand, do Manchester United, a John Terry, do Chelsea. Mas, para ele, um adversário se destacou por um motivo incomum: conseguia recuperar a bola de forma limpa, sem qualquer indício de falta.
O defensor que se destacou
Em uma entrevista divulgada em 2006, Henry explicou que havia um jogador que defendia de maneira diferente dos demais.
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"Não gosto de defensores que puxam a camisa dos outros jogadores", disse ele. "O único defensor aqui que não faz isso e, mesmo assim, às vezes consegue tirar a bola dos meus pés com facilidade é o Ledley King."
Ele continuou: "É o único cara que não agarra os jogadores. Ele tira a bola de você sem que você perceba. Para mim, isso é um bom defensor. Ele joga sem nenhum contato físico, mas ainda assim é forte e consegue a bola sem fazer faltas."
É um grande elogio vindo de um atacante que costumava humilhar defensores de classe mundial. E o fato de vir de um ícone do Arsenal falando sobre um jogador do Tottenham torna tudo ainda mais impressionante — especialmente considerando a intensa rivalidade do norte de Londres entre os dois clubes.
O brilho silencioso de King
Ledley King passou toda a sua carreira profissional no Tottenham Hotspur, com pouco mais de 300 jogos, apesar de lutar contra problemas crônicos no joelho. Calmo, inteligente e incrivelmente sereno, ele fazia parecer que defender era fácil.
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O ex-atacante dos Spurs, Dimitar Berbatov, disse praticamente o mesmo:
"Para mim, ele estava no nível de [Nemanja] Vidić e Rio [Ferdinand]", lembrou Berbatov. "Ele era muito inteligente e lia o jogo muito bem. Interceptava a bola porque sabia exatamente onde o atacante estaria."
Essa consciência, segundo Berbatov, era o que tornava King especial — não a agressividade ou a força bruta, mas a antecipação. Assistir King defendendo era como ver alguém jogando xadrez em alta velocidade.
Lutando contra lesões
No podcast Seaman Says, em 2024, King falou abertamente sobre como os problemas persistentes no joelho atrapalharam seus planos com a seleção inglesa.
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"Ainda sinto que deveriam ter sido mais [convocações pela Inglaterra], de verdade", admitiu. "Naquela época, passei por um período em que estava com muita dificuldade por causa do joelho, então, por uns três anos, basicamente desisti de jogar pela Inglaterra."
Ele acrescentou que, embora os técnicos da seleção o convocassem para os treinos, ele "não se sentia confiante o suficiente" em relação ao próprio corpo para participar. No fim, fez um breve retorno na Copa do Mundo de 2010 — um feito impressionante para alguém que, segundo suas próprias palavras, passou "quatro anos sem treinar".
Foi um capítulo agridoce para um jogador cujo talento nunca foi questionado, mas cujo corpo se recusou a colaborar.
O que poderia ter sido
Em outro cenário, Ledley King poderia ter sido capitão da Inglaterra e entrado para a história como um dos maiores defensores do país. Em vez disso, é lembrado como alguém que fez o mais difícil no futebol: tornar a defesa algo puro, limpo e belo.
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E para Henry, um dos atacantes mais talentosos que o mundo já viu, isso significava tudo.
"Alguns defensores te chutam ou te puxam", disse ele uma vez. "Ledley não precisava disso."
Isso não é apenas um elogio. Vindo de Thierry Henry, é um legado.
Fontes: Daily Star, podcast Seaman Says, arquivos de entrevistas de 2006
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