Fórmula 1

Lando Norris conquista o seu primeiro campeonato de Fórmula 1 após uma final dramática em Abu Dhabi

Para Norris, o fim de semana carregava o peso de toda uma era. Desde sua estreia em 2019 como a jovem promessa da McLaren, ele esteve perto de vitórias, pódios e até de flertes breves com o título, mas nunca havia feito uma campanha completa capaz de derrubar a figura mais dominante da Fórmula 1 nos anos 2020.

Ele chegou à final com uma vantagem de 12 pontos sobre Max Verstappen — uma margem suficientemente confortável para manter o controle do campeonato, mas apertada o bastante para deixar cada decisão estratégica carregada de tensão. Segundo a Sky Sports F1, a pole position de Verstappen no sábado deixou o clima momentaneamente mais tenso no paddock. No entanto, com Norris largando ao lado dele na primeira fila, a equação principal permanecia inalterada: bastava terminar no pódio, e o título seria seu.

Oscar Piastri, largando em terceiro, ainda tinha chances matemáticas. Mas ninguém na McLaren fingia que esse cenário fosse realista, a menos que os dois pilotos à sua frente cometessem erros.

Uma corrida com múltiplos caminhos possíveis

Logo na primeira volta ficou claro que a corrida final não seria tranquila. Piastri avançou com força, aproveitando os pneus mais duros para ultrapassar Norris nas curvas iniciais. Mais tarde, o CEO da McLaren, Zak Brown, disse aos repórteres que a manobra não foi surpresa — o time havia discutido a possibilidade de deixar Piastri atacar Verstappen, na esperança de que uma estratégia de pneus diferente pudesse desestabilizar o ritmo do piloto da Red Bull.

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Na garagem, os mecânicos observavam com apreensão enquanto Charles Leclerc, da Ferrari, começava a pressionar a traseira do carro de Norris. Nenhuma tentativa de ultrapassagem teve sucesso, mas cada investida mantinha a tensão alta no muro da McLaren.

Quando Norris fez sua primeira parada, com cerca de um terço da prova concluído, voltou à pista atrás de um grupo de carros do pelotão intermediário. Sua tentativa de ultrapassar Yuki Tsunoda virou um dos momentos mais analisados da corrida. Os comissários da FIA explicaram depois que, embora Norris tenha saído da pista durante a manobra, não obteve vantagem duradoura. Tsunoda, por outro lado, foi penalizado por ziguezaguear — uma decisão que provocou uma reação irritada do piloto da Red Bull, que está de saída da equipe.

Controle retomado e o título também

Enquanto Verstappen liderava com tranquilidade, a equação do campeonato começou a se inclinar novamente a favor de Norris, à medida que as estratégias de pneus convergiam. Sua última parada, na volta 41, foi limpa, e a dupla da McLaren coordenou o ritmo para garantir que ele retornasse à pista na crucial terceira posição.

Restava apenas uma ameaça: Charles Leclerc. Se o piloto da Ferrari conseguisse tirar o P3 de Norris, as chances de um quinto título consecutivo para Verstappen voltariam a existir. Mas Leclerc nunca chegou a lançar um ataque consistente, e a cada volta o título se afastava mais do alcance da Red Bull.

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Nos minutos finais, Norris demonstrou uma tranquilidade ao volante que contrastava com o caos inicial da corrida. Os engenheiros, inclinados sobre os monitores no muro, tomavam cuidado para não comemorar antes da hora — mas já sentiam que o momento estava próximo.

Um momento histórico para a McLaren e seu novo campeão

Verstappen venceu a corrida, com Piastri em segundo, mas o resultado pouco importava diante do panorama da temporada. Quando Norris cruzou a linha de chegada em terceiro, a McLaren explodiu em comemoração, encerrando uma seca de 17 anos sem títulos e iniciando o que a equipe espera ser seu retorno ao topo da Fórmula 1.

O triunfo também representa um ponto de virada para a categoria. Com grandes mudanças no regulamento previstas para 2026, Norris entra na nova era como campeão vigente — um status que deve transformar tanto sua carreira quanto o equilíbrio competitivo do grid.

Fontes: Sky Sports F1, relatórios pós-corrida dos comissários da FIA, cobertura oficial da Fórmula 1.

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